
As primeiras unidades do novo Audi A4 já circulam nas nossas estradas, sendo raros os condutores que passam em sentido contrário e não ficam curiosos com este modelo. Primeiro porque o visual do novo Audi A4 está muito mais agressivo e mais apelativo e depois porque as novas luzes de condução diurna em LED, semelhantes às do Audi R8 e às do A5, lhe conferem um “ar” diferente daquele a que estamos habituados nos outros automóveis.
As semelhanças com o Coupé A5 são mais do que evidentes em quase todos os ângulos e, não fossem as duas portas a mais, até seria complicado distinguir os dois num primeiro olhar. No entanto, a grande diferença do Audi A4 que pode encontrar nestas páginas é mesmo a presença do motor 2.7 TDI de 190 cavalos, posicionado um pouco acima da opção Diesel mais vendida da gama, o 2.0 TDI de 143 cavalos.
A mais do que este, a versão ensaiada tem dois cilindros, 730cc e 47 cavalos de potência, mas também custa mais 15 600 euros (sem qualquer opcional adicionado ao equipamento) e inclui alguns ajustes em termos de equipamento. O suficiente para que qualquer executivo mais vaidoso se sinta ligeiramente superior e também possa chegar um pouco mais rápido aos compromissos marcados na agenda.

Logo de manhã, o A4 recebe-nos na garagem de luzes acesas, depois de uma noite de repouso. O som mais profundo do motor 2.7 V6 é accionado sem que a chave tenha sequer que sair do bolso do fato. O primeiro destino do dia é o centro da cidade e assim que nos juntamos ao trânsito mais intenso, aproveitamos a excelente insonorização do habitáculo para ouvirmos música como não conseguimos ouvir em casa, usufruindo das boas capacidades do sistema de som da Bang & Olufsen, presente a bordo.
É um opcional caro, é certo, tal como alguns outros presentes na unidade ensaiada, mas conseguem-nos colocar num patamar de conforto muito elevado. Os bancos eléctricos, com aquecimento e ventilação - que trabalham em parceria com a climatização - deixam-nos o fato intacto e as afinações dinâmicas automáticas no modo “conforto” evitam um cansaço exagerado logo no primeiro destino do dia. Afinal, a posição de condução do Audi A4 é quase perfeita e o “quase” só aqui está porque crescemos a ouvir dizer que “nada é perfeito”. Não?
Reunião bem sucedida! É necessário sair do centro da cidade e rumar à periferia. A média de consumo, que rondava os dez litros, passa agora para valores bem mais comedidos e mudamos a afinação da suspensão, da caixa e da direcção do modo “confort” para o modo “dynamic”. As irregularidades do piso chegam com mais facilidade ao habitáculo mas a estabilidade em curva e a precisão da direcção fica melhor, sendo muito difícil fazer o A4 perder a compostura.
E, se chegarmos a esse ponto, é o controlo de estabilidade que assume o comando e controla as rédeas dos 190 cavalos e do nosso entusiasmo, voltando a instaurar a harmonia a bordo. A caixa automática multitronic prima pela suavidade e as suas oito relações gerem da melhor forma as subidas de regime e deixam-nos viajar em auto-estrada num ritmo muito acima do que deveríamos, se não tivéssemos ainda tanta coisa para fazer antes de almoço.

O novo A4 é mesmo o cúmplice perfeito para estes dias e são bem-vindas as capacidades que o 2.7 TDI tem para oferecer, acima daquelas de que o 2.0 TDI é capaz. No entanto, não nos sai da cabeça a ideia de que, por mais cinco mil euros, tínhamos acesso à motorização 3.0 TDI, com 240 cavalos de potência, um sistema de tracção integral e caixa manual. O melhor é fazer umas alterações de agenda para a tarde e ligar à Audi…
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