[ENSAIO] Audi A5 3.0 TDI quattro by AutoHoje

Ensaio

Audi A5 3.0 TDI quattro

O Classe CLK e o Série 3 coupé têm feito a festa sozinhos, no segmento dos coupés médios de luxo. Mas a chegada do Audi A5, com muita Classe de Série, ameaça vir estragar a festa aos seus dois conceituados conterrâneos.



O A5 desperta curiosidade como poucos outros novos modelos. Por ser um novo «A» na gama da marca (que vai do A3 ao A8, agora apenas com uma interrupção no A7…) e sobretudo por ser um coupé de três volumes e quatro lugares, silhueta tradicional no mercado mas inédita na marca. Claro que a sua elegância, resultado de um dos desenhos mais inspirados do mestre italiano Walter de’Silva, também é razão forte para atrair olhares de peões na cidade e de outros condutores na estrada, em particular dos que guiam um Audi. Os seus adversários estão bem identificados: Mercedes-Benz Classe CLK e BMW Série 3 coupé, de modo que o A5 faz uma marcação cerrada aos seus rivais. A começar pelas dimensões exteriores que ficam entre as do Série 3 coupé e as do Classe CLK, sendo o A5 apenas um pouco mais baixo que ambos os rivais. Por dentro, o habitáculo é um estrito 2+2, com deslizamento eléctrico dos bancos da frente para melhorar o acesso aos lugares traseiros que estão longe de ser uma referência em termos de espaço, sobretudo na zona dos pés. Os materiais empregues são muito bons, construindo um ambiente a bordo tipicamente Audi, onde a qualidade apercebida é superior à real: mesmo os plásticos duros estão muito bem disfarçados. A posição de condução é excelente, sobretudo pelas regulações muito amplas do banco (eléctricas em opção) e do volante, só o pedal de embraiagem tem um curso exagerado face aos outros dois. A linha de cintura alta dá a mesma sensação de protecção que se vive nos outros Audi mas a visibilidade para trás não é perfeita, sobretudo devido aos pilares traseiros largos, que pretendem recuperar um pouco da estética do primeiro dos Audi quattro.

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Esta versão 3.0 TDI é o Diesel mais poderoso da gama, com 240 cv e sobretudo 500 Nm de binário máximo às 1500 rpm. Tudo isto ligado a uma caixa manual de seis velocidades e tracção às quatro rodas.
Em cidade, o motor é bastante silencioso e não se notam ruídos parasitas, mesmo nos maus pisos. Isso já se esperava. O que surpreende é o elevado nível de conforto, apesar de a unidade ensaiada estar equipada com suspensão desportiva e jantes de 19 polegadas, ambos opcionais. A direcção é muito leve, facilitando as manobras, e a caixa de velocidades tem um manuseamento tipicamente Audi: curso curto e engrenagem decidida. O motor reage ao mínimo movimento do acelerador, sem notório tempo de resposta. Por vezes a surpresa vem da rapidez com que chega ao limitador de regime. Os consumos, em ciclo urbano, aproximam-se dos onze litros, mostrando que esta não é a grande prioridade deste modelo. Quando se passa para a auto-estrada, a suspensão do A5 não processa bem tapetes de asfalto com ondulações de alta frequência, transmitindo um desconfortável trepidar para o habitáculo. A direcção sobe demasiado de “peso” mas está sempre a exigir correcções milimétricas, fazendo da condução a velocidades médias um exercício menos tranquilo do que se poderia esperar, apesar de se notar uma melhoria quando se sobe mais a velocidade. Por isso, acaba por ser nos traçados sinuosos que o A5 brilha. A grande aderência da frente permite entrar em curva com apenas uma réstia de subviragem e se o piso for escorregadio, pode continuar-se a acelerar para ver o Torsen central transformar a subviragem numa leve sobreviragem que catapulta o A5 para a próxima recta. Isto, claro, com o ESP desligado. Quando está ligado, a sua entrada em acção é sempre bastante discreta e a propósito. Mas a parte boa do comportamento do A5 é que, voltando a desligar o ESP, ele se deixa conduzir como um banal tracção à frente: travar tarde, já a entrar na trajectória, faz deslizar a traseira num ângulo proporcional e progressivo. Se a coisa for bem feita, pode curvar-se praticamente sem movimentos do volante e reacelerando cedo pois tracção é coisa que não falta ao sistema quattro. Em resumo, um temperamento muito eficaz com o A5 a transmitir uma enorme dose de confiança, mesmo nas situações mais ousadas.
 
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