Audi A4 2.0 TDI 143cv / BMW 320d 177cv / Volkswagen Passat CC 2.0 TDI

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São dos modelos mais vendidos do segmento dos familiares, mas apenas alguns conseguem assumir uma postura dita "Premium". Será que o novo Passat CC consegue entrar nesse clube tão restrito, reservado a marcas como a Audi, a BMW ou a Mercedes?

Bem, se avaliássemos apenas o visual exterior e a estética, a opinião das várias pessoas com que nos cruzámos faziam com que este comparativo terminasse aqui mesmo com a inclusão do Passat nos tais modelos Premium. Além disso, também não podemos esquecer que a imagem vale muito e, algumas empresas nem sequer permitem que os seus colaboradores comprem um descapotável ou um coupé, pois é exigido um modelo de quatro portas, o que ainda poderá despertar mais interesse na nova gama Passat CC.

De momento, a única motorização Diesel do Passat CC é o 2.0 TDI de 140 cv, disponível a partir de 39 845 euros. Ora estes dois dados resumem a concorrência ao Audi A4 2.0 TDi de 143 cv e ao BMW 320 de 177 cv (supera o 318d em vendas na razão de 10 para 1), pois pelo preço de um Mercedes C 220 CDI de caixa automática com algum equipamento é possível adquirir o Passat CC 3.6 V6 4Motion com 300 cv e caixa DSG, o qual custa 69 064 euros.


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Requinte a bordo
Os dispositivos de segurança são muito numerosos nas três opções aqui presentes, mas só o Passat inclui os airbags laterais traseiros no equipamento de série. A montagem e a pintura encontram-se no mesmo patamar e os prazos das garantias são idênticos.

Em termos de espaço, o Passat é o mais amigo dos passageiros traseiros, pois é que oferece a melhor espaço para as pernas e, por ter apenas uma lotação de quatro lugares, o espaço em largura é também o mais amplo. No Audi e no BMW, a largura do habitáculo é idêntica, mas enquanto o A4 ganha uns centímetros em altura, o 320d destaca-se no comprimento.

Em termos de versatilidade, o Passat é o que apresenta o maior número de espaços de arrumação mas o facto de ter apenas dois lugares atrás, acaba por penalizá-lo um pouco. Na qualidade, a maior presença de materiais rígidos, especialmente na zona inferior do tablier e dos painéis das portas, faz com que o Audi e o BMW fiquem um pouco acima na tabela de pontuação, uma vez que estes são mais agradáveis ao tacto.


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No equipamento, o primeiro "susto" surge com a disparatada política de opcionais da Audi que transporta para a lista de opcionais todo e qualquer equipamento mais desejado. Na BMW, esta situação é dissimulada com as versões Dynamic mas no Passat CC que ensaiámos, existiam apenas cinco opcionais: pintura metalizada, sistema de navegação, estofos em couro, cortina traseira eléctrica e o sistema Park Assist. Depois de feitas as contas às unidades ensaiadas, a menos equipada ainda é a opção da BMW que, no entanto, é que mais se aproxima do seu preço base.

Para quem se senta ao volante, a melhor posição de condução é, sem dúvida, a do Audi, pois inclui regulações muito amplas que se conseguem adaptar a qualquer estatura. Nos outros dois, o resultado final também é bom, mas há sempre a criticar o facto da coluna da direcção do BMW não estar centrada com o condutor e do tejadilho do Passat CC estar um pouco mais baixo que o desejado.


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A condução diária, com grande destaque para os percursos citadinos, é mais favorável ao Audi e ao Volkswagen, pois já incluem elementos como o travão de mão eléctrico e a assistência ao arranque nas subidas, bem como os sensores de estacionamento à frente e atrás. O BMW inclui apenas os traseiros, mas é comum aos três modelos um útil gráfico de aproximação aos obstáculos, que nos permite estacionar melhor nos espaços mais reduzidos. Ainda assim, quando falamos de estacionamento, é difícil superar o Passat CC que, caso estejam reunidas as diversas condições para a actuação do sistema, consegue estacionar-se sozinho, sem que seja preciso mexer no volante.

Mas para ser considerado um produto premium por direito próprio, o Passat tem de provar os seus dotes ao nível das reais qualidades de condução, e não de simples truques mais ou menos vistosos. Neste particular, a ritmos normais o A4 é o melhor dos três, possuindo o trio de comandos (direcção, pedaleis e caixa) mais intuitivo e melhor harmonizado, ou seja, com a melhor relação esforço/efeito. O Passat não está longe, mas revela-se ligeiramente menos “oleado” e linear, ao passo que o BMW ganha outro sentido quando se pratica uma condução mais desportiva, ficando mais fluído quanto maior a ritmo e o empenho aplicados. Mesmo assim, até pela sua arquitectura de tracção traseira, seja em condução rápida ou lenta, é sempre o que pede mais concentração e conhecimentos ao condutor. É esta a sua diferença.


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Por outro lado, saíndo quer do Audi quer do VW, a diferença de potência é muito evidente, tal a forma desenvolta e decidida como o BMW acelera, dando mostras de ter o motor sempre mais disponível e com superiores reservas de energia, seja às 1500, 2000, ou 4500 rpm. Curiosamente, também é o que gasta menos.

Nas curvas, o filme é algo diverso, pois o A4, tirando partido da suspensão desportiva, revela a maior precisão de trajectória e a carroçaria mais controlada, oposto do Passat CC que aposta no conforto. Mais uma vez, o 320d dá mais liberdade de acção mas, também, exige mais conhecimento, para equilibrar/alterar a atitude através do chassis, das transferências de peso e do trabalho de acelerador.

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